Para tentar amenizar os problemas causados pela escassez de soja no Brasil, o governo está estudando a possibilidade de liberar o uso de biodiesel feito a partir de óleos e gorduras importadas. A proposta foi analisada durante uma reunião entre servidores do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) acontecida no começo da noite de ontem (22).
Tecnicamente, a produção de biodiesel a partir de matérias-primas importadas não é proibida, esse produto, no entanto, não pode ser vendido nos leilões da ANP – os editais exigem que as usinas assinem uma declaração dizendo que entregarão biodiesel feito exclusivamente “a partir de matéria-prima de origem nacional”. Como não existe comércio de biodiesel fora dos leilões da ANP, na prática, essa cláusula funciona como uma proibição geral.
Segundo a reportagem de BiodieselBR.com apurou, a ideia de flexibilizar essa barreira partiu dos próprios fabricantes que vêm penando para conseguir todo o óleo do qual necessitam para continuar operando normalmente num ano que deverá se encerrar com a oferta de soja praticamente esgotada. As projeções mais recentes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indicam que os estoques finais do grão devem fechar o ano abaixo de 420 mil toneladas – o menor nível no registro da entidade.